segunda-feira, 18 de junho de 2012

QUAL NOSSO PAPEL NO JOGO INFANTIL?


Antes de qualquer intervenção no jogo infantil, é preciso entender a natureza criativa da criança e seu modo de encarar a vida com toda a seriedade que uma brincadeira exige. Por isso nosso compromisso é dar conta de transformar a sala de aula, o parque e outros em espaços repletos de possibilidades lúdicas. Devemos aprender a olhar para o ambiente e transformá-lo constantemente, tomar posse dele e dar posse às crianças. Pensar coletivamente como podemos incrementá-lo. Temos de o brincar de faz-de-conta precisa ser flexível, transformar-se em tantos outros espaços que a imaginação infantil inventar. Nosso papel no jogo simbólico da criança, mais que participar diretamente, consiste, então, em ajudar a organizar um ambiente que não seja só físico, mas cultural. E para incentivar a criação e o desempenho de papéis neste jogo, é preciso muita observação para entender para onde caminha a brincadeira e ajudar a enriquecê-la. Uma das formas de intervir para que o jogo ocorra da forma mais rica possível é disponibilizar materiais versáteis, que possam se transformar em muitas coisas, como panos, tocos de madeira, sucatas etc. O psicólogo Leontiev, estudioso do jogo infantil, chama tais materiais de objetos de largo alcance, pois pela própria plasticidade da forma pode se prestar a diferentes modos de uso. sugere normalmente uma única forma de ação: cuidados maternos, ao passo que materiais menos estruturados, como panos, sucata, tocos de madeira podem se configurar de diferentes modos nas diversas brincadeiras. O pano enrolado no colo de uma criança transforma-se em bebê; no cabelo, em peruca; no corpo em roupa; pendurado pelas pontas, transforma-se numa rede; no berço vira cobertor. Ou seja, pode- se encontrar tantos usos para objetos de largo alcance, quanto a imaginação permitir. E o mais interessante é poder oferecer às crianças os vários tipos de materiais lúdicos: jogos, brinquedos e objetos de largo alcance.

 Algumas dicas para criar ambientes lúdicos:

- Observar e levantar os temas de interesse das crianças.

 - Selecionar materiais.

- Criar um contexto para a brincadeira acontecer

Enfim, criar contextos e observar os contextos que as crianças criam em suas brincadeiras é uma excelente forma de compreender esta complexa atividade que é a brincadeira. Realmente a melhor forma de criar ambientes lúdicos, sem dúvida, é dar espaço e criar condições para que a menina e o menino possam criar suas brincadeiras. Nesse sentido, devemos, como educadores, nos inspirar em nossos verdadeiros mestres – as crianças – para inventarmos e reinventarmos jeitos de fazer uma educação que considere mais o lúdico, pois segundo Contardo Calligaris: “é preciso rechear nossa existência com pitadas de fantasia!”


 Postado por:  Luciana Santos



BIBLIOGRAFIA

BROUGÈRE, Gilles. Brinquedo e cultura. São Paulo: Cortez, 1995.
CALLIGARIS, Contardo. “Peixe Grande”e a paixão pela vida. Folha de S. Paulo, 26/02/04.
LEONTIEV, Alexis N. Os Princípios da Brincadeira Pré-escolar. In: vários autores.Linguagem, desenvolvimento e aprendizagem 9. ed. São Paulo: Ícone Editora,2001.
artigo 30 revista criança relato

Nenhum comentário:

Postar um comentário