sábado, 16 de junho de 2012

EMPAPELAMENTO

Pesquisando atividades sobre brinquedoteca, entre muitas reportagens que lemos , escolhemos o empapelamento, encontrado na revista Nova Escola, muito utilizado principalmente na Educação Infantil. Essa técnica que estamos apresentando de uma forma mais resumida, é apenas para terem uma ideia da técnica e daí poderem fazer suas variações conforme a faixa etária de seus alunos. Empapelamento: a arte de transformar objetos Com essa técnica simples de construir formas tridimensionais utilizando papel, cola, sucatas e outros materiais, as crianças produzem esculturas, instalações artísticas e até brinquedos. Segundo o dicionário Houaiss, empapelar quer dizer revestir em papel. Em artes, esse é um procedimento de trabalho muito utilizado e consiste em transformar objetos em esculturas, instalações ou até em brinquedos utilizando papel embebido em cola. Ele permite a experimentação de uma série de linguagens artísticas. A ideia por trás do trabalho é a transformação e a criação artística, dois importantes conteúdos da pré-escola.O foco não é produzir obras de arte propriamente ditas, mas possibilitar que os pequenos deixem suas marcas e se expressem. O primeiro passo é repertoriar a turma. Você pode levar alguns trabalhos feitos em anos anteriores ou fotos de obras realizadas com a técnica. Um bom encaminhamento é contar qual será a proposta das próximas aulas e apresentar os materiais que serão utilizados nessa primeira fase: sucatas variadas e fita crepe. Uma estratégia é pedir que, em duplas, façam uma espécie de planejamento em desenho do que querem produzir. O empapelamento nasceu do trabalho dos artesãos populares europeus. As clássicas máscaras do Carnaval de Veneza, que surgiram por volta do século 17, eram produzidas com a técnica. Já nessa época, ela dividia espaço com o papel machê (massa de papel triturado e embebido em água) na produção dos adereços. Foi só no começo do século 20 que o papel deixou de ser apenas o "suporte" para se tornar a "obra de arte". Isso ganhou força com o dadaísmo, que questionava a necessidade de duração das obras de arte, o que não condizia com o uso do papel. Os artistas passaram a utilizar diferentes técnicas de colagem em suas obras. Pouco tempo depois, na década de 1960, com a pop art, o papel conquistou ainda mais destaque nas produções artísticas. Aproximar as crianças da técnica e ajudar na execução Transformação Com a técnica, as crianças promovem mudanças na forma e na cor dos objetos, concretizando o que planejaram previamente Na Escola de Educação Infantil Carinho de Mãe, em Cotia, na Grande São Paulo, a professora Maria da Graça Rodrigues realizou essa etapa coletivamente, já que sua turma nunca tinha trabalhado com o empapelamento. Ela queria inicialmente aproximar todos da técnica. Os pequenos foram estimulados a planejar no que eles queriam transformar as caixas de leite e suco que foram disponibilizadas. "Eles decidiram fazer um carrinho e, no meio do processo, tiveram a ideia de desenhar olhos e boca, influenciados pelo filme Carros, da Disney." A classe foi dividida em grupos, que deveriam chegar a um acordo sobre o formato do carro. Graça circulava pela sala e orientava sobre as possibilidades. Mostrar as características das sucatas, de forma que cada grupo perceba a relação entre o projeto e os objetos que pode escolher para concretizá-lo, como fez a professora Graça, é uma etapa fundamental. Uma boa dica é solicitar que, com o plano em mãos, os pequenos separem o que irão utilizar para a construção. Você pode distribuir pelos grupos um rolo de fita crepe para que experimentem como será a montagem e se a forma está de acordo com o projeto. O próximo passo é revestir o objeto com os papéis. O ideal é deixá-los já cortados em tiras e preparar uma bacia contendo cola branca dissolvida na mesma proporção de água. Apresente o procedimento de empapelar: mergulhar uma tira de jornal na mistura de cola com água e aplicar cuidadosamente sobre o objeto. Chame a atenção para a aplicação do papel molhado. A tira deve aderir à forma construída. "Também é possível utilizar jornal, mas, por causa da impressão, é preciso passar mais camadas de tinta e escolher uma cor que não desapareça", explica Graça. Depois de empapelar, o ideal é esperar a cola secar para dar início à pintura. "Nessa fase, é importante deixar as crianças se expressarem à vontade, colocando as cores e os adereços que achem importantes. Elas devem se sentir como se estivessem brincando de criar". O fundamental em todo o trabalho de Arte é proporcionar aos pequenos o contato com os materiais, a participação na montagem, a colagem e a pintura. Vivenciar o passo a passo da técnica do empapelamento desenvolve o senso crítico e as preferências pessoais, já que eles têm de escolher as cores e formas criadas e negociar com o restante do grupo. Outra possibilidade de trabalho, é utilizar como referência a obra do escultor e arquiteto espanhol Antoni Gaudí (1852-1926) em uma sequência de atividade que vise a releitura de suas obras. De fato, Gaudí não utilizava o empapelamento. Ele revestia algumas de suas esculturas com pedaços de cerâmica e azulejos, mas é possível recriar seu trabalho com alguns tipos de sucata e depois utilizar os pedaços de papel para simular o efeito mosaico. Com isso, as crianças se aproximam da técnica e ainda conhecem um pouco da obra de um grande artista. Por Márcia Beux

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